Nada vale apena, nem as pessoas nem o que elas
sentem. Cheguei a tal ponto que não sei mais o que devo pensar. Não acredito no
futuro em que minha existência esteja presente. Seria hipocrisia de minha parte
continuar vivendo, pois a conclusão a que cheguei me leva para o caminho
oposto. E aí eu paro e reflito, vejo o porta-retratos ao lado de minha cama,
está vazio. Assim como minha alma àquela altura.
Eu fui beber,
acendi meu cigarro e fiquei algum tempo sem nada a pensar, como se não existisse.
É preciso não existir para entender a vida. Quando o vento bate na janela eu o
sinto. Quando fecho os olhos e deito, eu me sinto. Me construo e destruo nas
noites mal dormidas. Tudo isso por não pensar em mais nada.
Imagino
que tudo seja como o universo, sua imensidão e magnitude me fascinam desde
pequena. Uma criança sem problemas e que mal sabia o que viria a se tornar. Por
ocasião rara, encontrei um ser disposto a descobrir.
Droga...
Se
tivesse acabado ontem, tudo estaria resolvido. Mas você tem que estragar tudo.
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