quarta-feira, 24 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O garoto das dezenove cruzes

Era um dia quente e o jovem garoto carregava, além da incerteza de ser o que era, a dúvida; "devo ou não devo ir beber uma cerveja?"

Lutando com suas incertezas, o garoto resolveu caminhar, e andando chegou ao bar. Alí encontrou um velho conhecido e, sentados, se embebedaram. Não passando muitas horas, o bar se encheu de velhos amigos, quando o garoto deu seu repente de liberdade. Resolveu ir em busca de se libertar. "Me libertar... me libertar de mim?" pensou consigo o garoto. Rasgaram as sarjetas e as ruelas, rasgaram também o que os oprimia.

Diversão, liberdade, álcool, drogas e euforia. Já tudo misturado na garganta do pequeno vencedor, sua criatividade vem à tona, pinta, rabisca e cria. Em nenhum instante daquela madrugada o garoto parou e pensou em sua vida; já sabia que era o ser que o oprimia.

Sempre procurando se encontrar, o garoto se perdia tentando se achar. Só gostava e só procurava a triste amargura de ser o que valia, e valia muito, mas ele era o único que não via.

Mágoa, rancor e dor de ser o que era. Procurando solução, deixou ser marcado. Sua primeira marca, uma cruz. "Proteção e redenção eu vou ter", pensou o garoto com sua cruz.

Perdido novamente em sua mente, desesperado por não ter a sua sonhada solução, resolveu se deixar marcar novamente. Dezenove foram as suas marcas, suas cruzes para conseguir a liberdade de viver preso em sua alma.

Envolvido por seu obscuro prazer em fazer o mal para sí, causou e desmontou a cidade em que vivia.

"Sou estranho sou bizarro, encarnação do mal!" o garoto dizia.

E assim, o garoto com sua devastação e carregando suas dezenove cruzes, ficou conhecido como Bizarro. Ninguém o entendia, nem procuravam entender, ele era assim por que deveria ser. E o que falavam do garoto: divertido e destrutivo, não tinha nada a perder.

Sua criatividade subestimada por ele mesmo era seu dom maior. Podia dar vida a formas inanimadas.

Loucura, diversão, depressão... seu dia a dia eram assim.

"Como não me protegi de mim? para que serviram essas cruzes que agora tenho que carregar?" o garoto pensava.

Suas mãos eram mágicas e ele não via. Sua alma, torta e destinada a sofrer no prazer do mal, era abençoada pelo dom da criação. Ele se destruía e criava vida.

O garoto das dezenove cruzes nasceu com espirito sombrio e com alma de luz, iluminada pelo dom da criação. A Divindade da ordem no caos lhe presenteou. Contraditório se fez em criatura, seria único portanto. E sua busca para se entender teria um fim quando contemplasse o ser que era, e se entregasse ao seu dom da criação.

Ele anda na escuridão em que muitos andam, mas pode ver a direção com sua alma iluminada.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ramo de flor

escarnio, disposto do vício.
Um lado, lado escondido.
Do outro lado, um fato revelado.
O de que estou no espelho do mundo. Mundo Imundo da lucidez.
Fato calado.
Arrependido do ato
Nasce do outro lado
As cores bandidas
Cores de minha insistente vida encardida
Preto no branco, branco do preto
Rasgando as esperanças de sua linda flor
Brotando do lado da incerteza da beleza
Ela pensava dentro de mim, pensou tanto que se fez presente.
E levou todo o restante.
Flor me conte um pouco do seu amor.

Eu sempre estive aqui. Plantada, regada, cuidada e enfim esquecida.
Minha beleza duraria pouco tempo, então disse que se for para viver por breves dias, que minhas cores sejam significativas para seus olhos e que meu perfume se alastre, delicadamente, penetrando pelas suas narinas.

Dito isso, murchou em uma semana.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

mudança H

tento,
o censo
fardo.
o
ato desgasto.
fato engatado
no disparo.
paro.
alcanço o tempo
disposto no
toco,
embriagado,
morto.
do buraco do desgosto,
mudo o acordo.
fez um trato,
o meu nado
em seu vácuo rabo.
pode deixar,
que eu me encaixo.