"Vagabundos que o mundo repeliu, mas zombam e vivem nos filmes, nas ruas tortas com tabuletas: Fábrica, Barbeiro, Polícia, e vencem a fome, iludem a brutalidade, prolongam o amor, como um segredo dito no ouvido de um homem do povo caído na rua." (Carlos Drummond de Andrade)
terça-feira, 22 de julho de 2014
Como não me sobra nada que eu faça bem, ou pelo menos saiba fazer, então escrevo. É a única performance que me sobra de menos pior, pelo menos sei colocar palavras quase que em ordem que me façam sentir que posso retratar algo. Escrevo por que me sobram palavras e me faltam condições. Escrevo pois bem quero exorcizar minhas divagações e suavizar minha falta de vontade da vida. Escrevo pois é minha ferramenta quando nada tenho a fazer se não observar pelas redes sociais as vidas fascinantes dos outros. Escrevo por que é totalmente individualista, racionalista e niilista. Escrevo pois não tenho onde ir, posses e câmera para fotografar, desenhos arquitetônicos para fazer, projetos de vida para repensar, pesquisa para completar, filmes que me interessem para ver, estou desempregada, de férias, sem grana para viajar, sem nada para fazer... sou um nada sentada no nada e com nada de mais a dizer.
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