domingo, 29 de junho de 2014

"pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando"


loucura é ter numero de CPF

Seu corpo sempre jogado ao meu
lhe sirvo de travesseiro
cama e cobertor
seus cabelos jogados em meu rosto
embaraçando com vários nós
agora estou com insonia e lhe imploro,
não me deixe dormir só.
 

Estrambote melancólico

Tenho saudade de mim mesmo, sau-
dade sob aparência de remorso,
de tanto que não fui, a sós, a esmo,
e de minha alta ausência em meu redor.
Tenho horror, tenho pena de mim mesmo
e tenho muitos outros sentimentos
violentos. Mas se esquivam no inventário,
e meu amor é triste como é vário,
e sendo vário é um só. Tenho carinho
por toda perda minha na corrente
que de mortos a vivos me carreia
e a mortos restitui o que era deles
mas em mim se guardava. A estrela-d'alva
penetra longamente seu espinho

(e cinco espinhos são) na minha mão.
Drummond

seu poema Pri, sua alma estão em todos os versos que eu vejo
Muita dor em vários rios 
muito sangue de tantas vitimas 
uma nação e seu pavor 
na canção 
a dor 
e a liberdade.

escravos
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito em quanto dure.!

e sei que irá durar por toda minha eternidade.
Priscila Cifuentes te amo hoje e sempre, a pessoa mais marcante em mim, de todos meus defeitos e virtudes construí com você. Digo ao mundo quem es tu, grito ao tudo de quem me vem cada fiapo de algodão, quero seu cheiro ao dormir quero sua cara de rabugenta ao acordar, quero sua risada estralada cansar de escutar. Quero tudo de ti, quero viver assim, com suas cores seu amor em mim estampar.
"O último poema

Assim eu queria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação." 
Manoel Bandeira
dela era
minha
eu pensava ... minha.
mas era de nada, ninguém
era. 
você é meu eterno doce doce amor 
minha pequena.
vem dormir, te conto uma história ...
acorda acorda acorda acorda! 
pelo amor de deus, acorda!
você é toda essa confusão em mim 
tem que acordar.
levanta e me abraça 
para que parem meus tormentos
levanta e ria novamente 
levanta e me diga o por quê.
era essa claridade
até sinto as cores 
e seu suor lento
era uma tarde 
atrás dessa janela
era para ser apenas outra tarde qualquer.

domingo, 22 de junho de 2014

se você achava que a felicidade não iria chegar
ela chegou para ti agora
então balance nessa rede de calmaria
que a maré baixa te lava os pés em meus delírios.
ei, não consigo te ouvir
Uiva mais alto amor
que essa noite parece ser longa.
Ei, onde você esta? sumiu quase uma semana nessa serra
São Tomé das Letras
trouxe colares de madre perola e um brinco de penas para mim.
sumiu e eu fiquei em choque
não podia perde-la
as matas podiam te-la envolvida
e a loucura das cabeças das praças locais podiam ter raptado sua imaginação.
Era a barraca, seu tênis Timberland, uma maconha e seus amigos.
Sempre perto do mar, mas nessa viajem ficou perto dos cristais e mais perto ainda da loucura.
voltou indagando sua existência e sua monotonia.
Quatro dias antes de perde-la, ela se perguntava sobre a vida, tinha voltado do mar
mas tinha ouvido muito sobre os erros dos outros
e se fez culpada por tais erros humanos
se questionava
e eu mesmo perto
fiquei longe dos seus sentimentos
e então não houve nem despedida
apenas um suspiro de alívio egoísta.  

Quando ela era quase eu
e passava aquele meu batom vermelho e ia ver o show
dos hermanos, nossos los Hermanos.
e foi tão inda e contente
com seu vestidinho
eu queria ter ido
mas não deu.
Amanhã em que acordava as 5:00 pm e já pegava seus cadernos e calculadora.
transtorno transtorno tadinha
reclamava
das contas
e só pensava no cinema
minha cineasta sem sombra e com muita dor
seus dentes compridos na frente meio amarelados pelo cigarro
sua franja no topo da testa
nossa mãe "a pipi é nossa palhacinha"
ela, 4 anos de idade.
ela 2 anos de idade acenava para todos na rua
cabelos negros e compridos
bochecha rosada
muito dada ha felicidade inocente
tentei evitar sua inocência
mas era seu caráter.

sábado, 21 de junho de 2014

Eram outra tardes
vazias e sei que me faltava alma e uma alegria
um suco de maracuja gelado e um gole de emoção
e você crê
e você quer
e você se desfaz
refaz
rasteja
e deseja

você é aquela luz
posso perdurar a noite inteira
mas é teu nome que me vem a cabeça
somos como galos secos no inverno
e florescemos quando é a época de florescer
quero que nossa flores caiam lentamente no outono
sendo levadas pelo vento a algum rosto de menina
se eu disser que você é meu sorriso meus dentes
e se falar da falta que me faz durante as manhã quentes
rolo na cama e minha coberta é fina
fazia e sem as ondas que se fazem no mar
e se te disser menino
que tua ira minha irritabilidade somos nós sendo nós mesmo
e quando vier me abraçar, deixe sua saliva em minha nuca
que é meu perfume mais caro.
menino tatuagens são como emoções
a agulha sobre a pele é um alívio de expressão.
menino, você é meu pape em branco sua pele minha tela de emoções
menino eu te dei meu coração
só peço para que não me chaça chorar
sou fraca e transtornada mas você gosta desse meu jeito
diz que te cansa
mas o que te cansa de verdade é a monotonia
e comigo de mão dadas o mundo é um planeta a ser explorado
com nossa devotada religião de sermos livres.
menino era isso, que eu queria. seus defeitos e  toda sua vida.

me rastejando pelas escadas, consigo ver os teus pés, balançando com o corpo nos braços do nosso tio. um desespero, caio e rolo pela escada. agarro teu corpo como se fosse uma boneca linda, minha pressão queria fazer você respirar. ver seus olhos se abrirem mas eles não estavam lá. te carregamos, te colocaram em uma cama com maquinas em casa centímetro do teu corpo quente. e sei que estava ali, por tanto meus 9 dias foram somente teus, para segurar tua mão e cheirar teus cabelos negros. beijava sua boca, beijava seu dedo do pés seu pescoço. arranquei um punhado do seu cabelo. chegando em casa achei um vestido teu, recém usado, com cheiro de suor, grama e pele. eu o guardei parar mim, não mostrei a ninguém pois você era minha é minha.  
um terça feira, sol , clima ameno, pintava as unhas, ela deitada a me ver colorindo as unhas. estática com o rosto sem emoção apenas fitando o pincel do esmalte.
ela sai do quarto. e não há vi viva desde então.
 pareço ter sido apenas um menino brincando na praia, entretendo-me com encontrar de quando em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bela do que o ordinário: enquanto todo o vasto oceano da verdade jazia inexplorado diante de mim."
Isaac Newton, 1727
Mário Quintana em Trova e Verso
Da alegria nas atribulações “Olha! O melhor é sorrires!”
mas já se viu que lembrança!
Dá-me primeiro a bonança,
Que eu te darei o arco-íris...

Da realidade O sumo bem só no ideal perdura...
Ah! quanta vez a vida nos revela
Que a”a saudade da amada criatura”
É bem melhor que a presença dela.

Do amoroso esquecimento Eu, agora – que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Da calúnia Sorri com tranqüilidade
Quando alguém te calunia.
Quem sabe o que não seria
Se ele dissesse a verdade...

Da eterna procura Só o desejo inquieto, que não passa,
Faz o encanto da coisa desejada...
E terminamos desdenhando a caça
Pela doida aventura da caçada.

Da falsidade Foi tudo falso, o que ela disse?
Feche os olhos e crê: a mentira é tão linda!
Nem ela sabe que fingir meiguice
É o mais certo sinal que te ama ainda...

Do prazer Quanto mais leve mais sutil
O prazer que das coisas nos provém.
Escusado é beber todo um barril
Para saber o gosto que o vinho tem.

Da boa e da má fortuna É com razão, e é sem merecimento,
Que a gente a sorte maldiz:
Quanto a mim, sempre odiei o sofrimento
Mas nunca soube ser feliz...

Da mediocridade Nossa alma incapaz e pequenina
Mais complacência que irrisão merece.
Se ninguém é tão bom quanto imagina
Também não é tão mau quanto parece.

Da indulgência
Não perturbes a paz da tua vida,
Acolhe a todos igualmente bem.
A indulgência é a maneira mais polida
De desprezar alguém. 
Estranhezas Esse estranho que mora no espelho
(e é tão mais velho do que eu!)
Olha-me com o jeito
de quem procura adivinhar quem sou eu. 
É doentia a febre que se faz em minha alma
Contorções da realidade que não se acalmam e me se mesclam com minha vontade ser verdadeiramente um sentimento
Um sentimento de emoção, de realização ou apenas de alegrai. Que seria algo tão hipócrita e egoísta pois este sentimento não é puramente verdadeiro e único pouco menos é sua duração em nossas mentes. A felicidade é uma doce droga que te iludi te seduz afim de fazer com que você a deseje mais e mais. Porem ela só existe por segundos em momentos totalmente desprevenidos e sem perceber ela te deixa seu doce vira amargo em sua mente que condena a sua viril realidade sem diagnósticos. Sendo o único remédio,  sua condição eterna em buscar  diferentes formas aqueles segundos de felicidade extrema, aquela sensação como morfina que penetra em sua corrente sanguínea e lhe da prazer inexplicável, essa é a mesma forma que a felicidade age sobre nós. Não tem como fugir dela, ela existe para nos aliviar da realidade, pois sem ela somos apenas pensantes em busca de respostas existencialistas na maior parte das vezes, e respostas que não vem sem um dose de desespero e agonia, já que a verdade é acima de tudo algo sem resposta, sem explicações que nossas mentes conseguiriam diluir e compreender sem que haja a perda total dos sentimentos mais puros dos seres vivos.
como era de ser sempre a manhã vinha ou clara e cheia de energia ou parada com melancolia e lágrima seca dentro da minha garganta. sinto aquele diabo interno que me acompanha a mais tempo que minha felicidade que me alimenta mais que um almoço. só penso em partir e fugir dele, mas ele vem me persegue me quer
quer quer. ele me quer estática apática e rastejante, sou digna de ser livre e procuro essa liberdade em cada trago de cigarro
mas sabe como é um trago, ele vem um depois do outro e ele também quer me ter e eu o quero.
ser assim é minha guerra minha paz. houve um tempo em que tive a melhor companheira, minha cara meu rosto, nariz, minha saia, meu chale. e a cama agora é vazia, quando rolo durante a noite e abro os olhos não a vejo, mas sinto seu cheiro, e a estante com seus pensamentos insanos e profundos, por vezes a frente de qualquer cabeça que conheço. nessas noites eu derramo lágrimas quentes no travesseiro ouvindo nosso mensageiro dos ventos de bambu que me traz a realidade do lugar onde eu a perdi.
e tem os dias em que minha felicidade é comprada em qualquer geladeira de boteco, com rótulos de amizade.
ponho mais um prato na mesa do jantar, e a comida só esfria, mas deixa pra lá a flor do vaso ja murchou e foi assim que você quis, como num golpe de pincel fazer seu destino.