segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Fiquei pensando muitos dias, desde que soube de sua vinda. Pensando eu em como me tornar uma tia.
Sabendo que tudo que era passado em mim, havia me tirado as vontades de raiar o dia.


Menino
Se chamará Téo
Qual será sua cor de cabelo?
Terá cachinhos enroladinho como os nossos?



Quando o mundo era cheio de nuvens cinzas
Pessoas apresadas
Correi do dia a dia
Eu vim.

E quando cheguei
Abri um buraco de alegria
Era tudo amor
Que antes não se tinha

Eu tinha um coração
Diferente do que se imaginava
Ele era tão brilhante
Que a todos espantava


Eu tinha muitas cores vibrantes
Que antes não se via
Ela era refletida
Do meu peito
Que já diziam
Ser o amor que não se via

Mamãe e papai
com muito orgulho me abraçavam
era tanto carinho
que a minha luz só aumentava

eu tinha um problema com aquele coração
o mundo não via tanta luz ha muito tempo
tiveram que esconder ele
para me proteger

poderia eu dividi-la
e assim eu fiz
quando me vinham visitar
dava em um potinho um pouquinho do meu carinho
acho que por isso eles sorriam tanto quando me viam



quinta-feira, 23 de julho de 2015

Não faz sentido
Nada fez
Mas se desfez e então refez em mim
E era tua boca a sorrir
Uns lábios rosados que nunca vi.
Eram olhos brilhantes, lentamente escondidos.
Era tudo, para se tornar o nada.
A culpa, sem ser dos passos em desacato, mas dos braços que não alcançavam.
Ainda hoje não consigo dormir.
É muita fascinação, muita desilusão e falta de mim.
Poderia ser assim. E foi.
Me inventei para crer que seria, para ter uma expectativa viva, uma vontade de calçar sapatos e sorrir.
Mas a minha verdade é essa, inventada.
Não pude ter nem um toque das tuas mão,
Penso apenas em me calar.
Calar esse desejo, por quem padeço e minha vaga ternura se contorce.
Nessas noites em que apenas penso no teu cheiro.