quinta-feira, 23 de julho de 2015

Não faz sentido
Nada fez
Mas se desfez e então refez em mim
E era tua boca a sorrir
Uns lábios rosados que nunca vi.
Eram olhos brilhantes, lentamente escondidos.
Era tudo, para se tornar o nada.
A culpa, sem ser dos passos em desacato, mas dos braços que não alcançavam.
Ainda hoje não consigo dormir.
É muita fascinação, muita desilusão e falta de mim.
Poderia ser assim. E foi.
Me inventei para crer que seria, para ter uma expectativa viva, uma vontade de calçar sapatos e sorrir.
Mas a minha verdade é essa, inventada.
Não pude ter nem um toque das tuas mão,
Penso apenas em me calar.
Calar esse desejo, por quem padeço e minha vaga ternura se contorce.
Nessas noites em que apenas penso no teu cheiro.