domingo, 30 de dezembro de 2012

As limitações do corpo são suas formas. Cautelosas, deslumbradas com si própria. Uma forma corporal é canalizada no estreito do que deve ser, algo que já se vê da forma que pré definimos em mente logo as formas do corpo já são, para nós, comuns. Tabeladas, nada de espanto com possíveis mutações se este acontecer será bem analisado e tabelado junto com as possibilidades de forma corporal.
Um grito espiritual é capaz de vibrar em forma que transpareça no corpo. Vontade sublime de se tornar em si fora dos padrões, se desfazer em algo que não entenda que nada seja desperdiçado, cada milimetro que se contraem será vislumbrado por si mesmo. Uma forma delimita pensamentos, e quando uma vontade de trair a regra estiver em alguma das formas vivas, então um novo corpo com perspectivas próprias nascerá. Tal sublime es um ser com formas desprendidas da sua regra, um limite é a força para se pensar em quebra-lo e continuará a ser pensado formas de não ter limites. Se existem limites logo existem vontades de não querer ser limitado. Se um corpo deve ser comprimido a uma forma, ele irá quebrar a barreira lhe imposta e seguir uma expressão do espírito.
Quando vencido o limite, nada se tornara mais virtuoso do que estender as possibilidades. Eis o corpo. Dele nada se limita, nada se alcança pois ha sempre várias possibilidades. Como o pensamento, que segue os mesmos devaneios que o corpo. Pois um pensamento é limitado, e quando tem uma necessidade de tornar um pensamento em único, entende-se que este será um pensamento que quebrou a forma pré formulada do que é são. De forma que um corpo e um pensamento podem ser vinculados em uma razão própria fugindo da moral pré definida.
Expondo-se em contornos de pensamentos.
Um pensamento se materializa em forma, em um corpo, sem este não existiria uma materialização do pensamento. Um corpo pode ser uma forma de te inibir da liberdade pura. Contudo, várias são as tentativas de tornar-se livre com as formas corporais, que te fazem tentar ser um contorno livre.
São várias as vezes em que não damos atenção para  interpretar e compreender os pensamentos que estão sendo materializados em corpo.
Sons de um pensamento figurado em nossos corpos.




"O corpo é repositório de religião, da benção e da maldição,
do espírito e do exorcismo. O corpo é de caráter biológico, 
esquelético, diabético, terapêutico e de reprodução. 
O corpo econômico é massacrado, massificado e medido; o corpo 
político é de ação, reação, violência, fascismo, nazismo, dialética, 
retaliação e revolução; corpo concreto é emoção, espetáculo, 
compleição, malandragem, tatuagem, anabolizante e correção. 
O corpo é gestual, teatral, sígnico e cultural. O corpo é estético, 
amputação, deformação, inscrição, circuncisão, infibulação, 
castração e anorexia. Enfim, o corpo é dialético, é arquétipo 
é narcisista. Os corpos são objetos de práticas simbólicas e 
concretas, sagradas e profanas. Assim, a sociedade espera 
que saibam tratá-lo, como um mapa de tesouros psicológicos: 
cheios de emoção, discriminação, racismo e imprecisão, mas, 
sobretudo, passíveis de transformação e evolução. São estas as 
responsabilidades que agora serão depositadas em suas mãos.."
(em autor)

O corpo é a manifestação da vida, é carne sustentada por uma 
estrutura. O ser humano é trágico porque seu corpo adoece e morre, no entanto mesmo assim ele reproduz. Mas, a vida é um fluxo constante de energia e a linguagem 
do corpo é a linguagem da vida; logo temos que conhecer a energia em nós
(WEiL & TOmpAKOW)

O corpo perfeito, em sua construção, usa de economia em seu 
desgaste, é massacrado quando privado de seus desejos, massificado e medido, pois 
é matéria concreta que retém as emoções. Na divisão das funções orgânicas cada 
membro desempenha politicamente a sua, se algum membro privar-se da  função que 
lhe cabe, o conjunto do corpo reage exigindo compleição. mas o corpo é eterno, pois, 
ele é único, “emblema do tempo e espelho da decadência, verga sob o peso de almas 
que se multiplicam na celebração profana da eternidade” (SiLVA)

Podia ser um castelo no ar, eram os dias de amor com fitas amarelas no cabelo e as folhas secas pela grama.
Ela só queria ter asas para dançar a vida fora do chão.
Em sua cabecinha eram todas as cores em formas de pessoas e pessoas em todas as cores.
Era sinestésica, sua ambição era não para de viver.
Cada dia um lugar novo, cada lugar almas novas, cada alma nova um amor para viver.
Suas asas não cresciam, mesmo assim fez manobras de amor no precipício e ali os deixava.
Seguia seu voo disparando pelo céu do cerrado.
A vista pela manhã, sentada nas folhas, dava bom dia para o sol atrás da serra.
Era um novo dia e ela sabia que deveria vive-lo ao máximo pois haviam vozes em sua cabeça que em tempos a faziam desistir de voar.
Seu corpo se fechava em tristeza e se rebelava contra sua felicidade.
Após seus suicídios pelas noites se fazia em flor novamente e planava pela própria vida como se fosse um eterno voo de felicidade.