sábado, 21 de junho de 2014

como era de ser sempre a manhã vinha ou clara e cheia de energia ou parada com melancolia e lágrima seca dentro da minha garganta. sinto aquele diabo interno que me acompanha a mais tempo que minha felicidade que me alimenta mais que um almoço. só penso em partir e fugir dele, mas ele vem me persegue me quer
quer quer. ele me quer estática apática e rastejante, sou digna de ser livre e procuro essa liberdade em cada trago de cigarro
mas sabe como é um trago, ele vem um depois do outro e ele também quer me ter e eu o quero.
ser assim é minha guerra minha paz. houve um tempo em que tive a melhor companheira, minha cara meu rosto, nariz, minha saia, meu chale. e a cama agora é vazia, quando rolo durante a noite e abro os olhos não a vejo, mas sinto seu cheiro, e a estante com seus pensamentos insanos e profundos, por vezes a frente de qualquer cabeça que conheço. nessas noites eu derramo lágrimas quentes no travesseiro ouvindo nosso mensageiro dos ventos de bambu que me traz a realidade do lugar onde eu a perdi.
e tem os dias em que minha felicidade é comprada em qualquer geladeira de boteco, com rótulos de amizade.
ponho mais um prato na mesa do jantar, e a comida só esfria, mas deixa pra lá a flor do vaso ja murchou e foi assim que você quis, como num golpe de pincel fazer seu destino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário