quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

eu sentia uma dor que embrulhava meu estômago, parecia vir da minha garganta, descia amargo e caia no estômago. e então eu me deixava ensopar pelas lágrimas.
nunca encontrei minha verdadeira razão de ser o que sou, em nenhuma tarde ensolarada de domingo fiquei completamente aquecida pelo sol. sempre me faltava um complemente, algo me faltava. imaginava ser algo em que as pessoas em minha volta notassem por produzir algum tipo de novidade utilizável, algum tipo de mensagem sobre o que é ser vivo e viver. algum tipo de arte.
a arte foi minha paixão, desde pequena eu colecionava papel, lápis, giz de cera, aquarela, canetão, guache e tudo que podia dar cor a um papel.
eu tento ainda, dar cor, mas agora é em minha vida.
se eu falar de amor, seria muito angustiante. mesmo por que foi por amor que tentei ser. foi por amor que meu estômago sofre de cólicas. doí, doí no peito . eu busco um amor para dividir a minha busca pela liberdade, busco um amor que entenda o que é a expressão na arte, musica e nas palavras.
eu vejo sobre esse amor em todas as partes, eu corro em busca de um pedaço dessa ilusão.
sempre o que me sobra são pedaços do meu coração que ficam em minhas mão.
ignorei o fato de que possivelmente o que eu tanto busco talvez seja o que muitos buscam e não acham, como se de toda a minha vida a única forma de me contentar é agradecer pelo que tenho e não seguir em busca desse sonho encantado. possibilidades são vastas, mas o mundo é grande de mais
e eu sei que em algum canto ali esta o que eu procuro. o grande problema dessa busca é que é cansativa de mais para uma vida curta. o que eu deveria fazer era me acostumar com o fato de ter o que me vem e não o que procuro. a procura é cansativa, no meio do caminho eu ja me iludi, perdi a cabeça e foram levando pedaços da minha esperança... e o pedaço que me sobrou é tão pequeno que eu não sei o que fazer com ele, deveria guardar em uma caixinha e tranca-lo, ate que em um último instante no decorrer da minha vida eu possa utilizar. pelo menos eu terei um pedaço de esperança para poder fazer a última tentativa.
quando eu amo, eu amo com todas as forças da minha virtude. eu coloco toda a verdade que pode existir dentro de mim, eu faço o possível para tornar feliz o meu bem amado.
mas estou cansada, sinto um cansaço tão fadigante que ultimamente tenho ignorado as insistentes tentativas para me conquistar. a minha última decepção foi violenta de mais com meu corpo, a minha recuperação me desmontou toda. estou respirando fundo e tentando ficar em paz.
mas meu coração bate forte, e eu não sei da onde vem esse animo dele, mas eu penso que não devo me perder novamente na incerteza do outro. eu não poderia novamente me apaixonar por um instante, e acordar sem ele do lado.
quando eu durmo eu apenas imagino uma casa calma, uma varanda e muitas árvores
eu quero ficar ali para sempre, e eu sei que vou para lá o problema seria minha solidão.
sim eu me imagino acompanhada por alguém que me ama apenas por eu ser o que sou, pelos meus defeitos e virtudes. eu imagino isso sempre que estou feliz.
mas agora, nesse exato momento que estou escrevendo na verdade... minha angustia me envolveu novamente, enquanto tento juntar as letras as lágrimas escorrem. elas são salgadas, temperando a minha solidão.
como vou te dizer o que eu sou, se nem ao menos eu consigo me controlar... esta doendo agora, doí tanto que simplesmente a respiração machuca.
não sei ainda o que minha cabeça produz, repassar isso é loucura.
eu só choro, eu choro por estar aqui. choro por ter esperanças em meus sonhos, choro por que o que não acontece é ter. e o que eu quero é muito mais simples que qualquer dinheiro possa comprar. é tão singelo e puro. tão puro.
eu me desculpo. me desculpa taiara, me desculpa por ser assim.
eu só queria estar ali, com você.
Para Fernando

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